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Essas mulheres verdadeiramente amam o que fazem.  Demonstram verdadeira devoção ao cuidado com o outro. Isso, aliado à sensibilidade e ao conhecimento técnico proporcionam resultados indiscutivelmente superiores às das técnicas da medicinal industrial capitalista ocidental. A diferença principal é que a medicina que em nosso tempo acostumamos a chamar de "convencional", parece focar suas lentes na doença, enquanto isso as lentes da tradição indiana da ayurveda focam-se na saúde, na vida. Prova disso é que mais do abhyanghas, massagens e tratamentos, o trabalho de Ma Devi e Sílvia envolve também toda uma reorientação alimentar e de outros hábitos de manutenção da saúde.

Sou grato a elas e a todas as pessoas que há milênios mantém vivos esses saberes sobre o corpo, os alimentos, as plantas. Sou grato ao criador que se manifesta sob diversas formas, tanto nas expressões da cultura humana, quanto na natureza.

Leandro Cruz

Nas mãos de duas sacerdotisas do contato, o corpo é reverenciado.

 

 

Técnica de mãos dançarinas que deslizam em geométricas unções sobre o mesmo.

 

 

Por um momento, são anfitriãs de nossa própria pele.

 

 

Difícil reduzir em palavras a experiência que se tem a partir daí.

 

 

Nesta dança, uma graciosa coreografia de toalhinhas e tecidos lembram nossos nascimentos e mortalhas,

 

 

aqui dignificantes e dignificados.

 

 

Gratidão pela oportunidade de "simplesmente" fluir!

 

 

Angela Mayumi Nagai

Deitar

Escolher um cuidado

Escolher amigos

Alimentos

Perfumes

Nomes

Amores

Cores

 

Poderia passar uns 17 dias listando as coisas simples da vida determinadas pelas nossas escolhas, mas eu gostaria de mencionar a escolha da surpresa.

Como escolher o não saber?

 

Deitada...

Corpo acostumado com as inteligências da mente

Mente habituada a reconhecer sensações do corpo autorizadas pela mente.

Autorizo...

O cuidado vem quente.

Parece frase de sopa de mãe. Pois é!

A gente esquece que é mamífero e que afeto é a nossa incorruptível teta existencial.

E nessa temperatura o corpo mama.

Meu corpo

Meu sexo

Meu limite

Minha resistência

 

Até quando essa insistência em separar o Eu do Universo?

Se o corpo é uma galáxia

Nossas pintas são constelações

As ondas de energia são cometas atravessando o cosmo interior

As fases da alma vacilam feito o tempo, estabilidade não é a palavra

E um templo tão emprestado

Então por que não entrega - lo a cura das mãos?

Os buracos energéticos ganham amor, as dúvidas se entregam as respostas dos oráculos que habitam as mãos,

a alma deita e

mama nas tetas da cura .

Beatriz Rodder

"O amor pela cura é um privilégio em um mundo que comercializa vida, saúde e doença. É muito dificil falar sobre o trabalho de duas pessoas que eu amo tanto, sem parecer tolo, ou um propagandista, porém, embora nesse caso o amor leve também à cura, o profissionalismo e a disciplina de Ma Devi e Sil vão muito além do tratamento afetuoso, cheio de amor e natureza, que elas entregam às pessoas. Aqui a compreensão sobre o corpo, os elementos da natureza, a alimentação e o remédio curam não como uma visão alternativa, mas a partir de um conhecimento tradicional, holístico, e profundamente efetivo, que foi surrupiado pelo sistema da industria farmacêutica. Ma Devi e Sil, como seres revolucionários e iluminados, estudam e aplicam com muita propriedade o conhecimento poderoso da Ayuveda. São fundamentais na minha vida e para a minha saúde."

Pedro Rios Leão

MÃOS DIVINAS


O que seria os braços de Deus se não a agradável sensação de ser cuidado, amado, compreendido?

 

E é nesta concepção que escrevo algumas linhas dedicadas a duas grandes amigas que amo muito, tanto pelo seu trabalho social como pelo axé que as mesmas emanam no dia-a-dia.

Estive e estou nos braços de Deus, mas antes estive em suas mãos, sentindo sua energia através da massagem realizada pela Ma Devi e Silvia. A experiência, posso dizer que significa um êxtase transcendental sem a utilização de plantas de poder ou qualquer substância que altere a consciência.

 

Poder sentir quatro mãos te tocando com uma sincronicidade sem tamanho é algo impressionante e principalmente quando essas mãos são de duas pessoas com uma amorosidade gigante.

Detalhe:

A massagem dessas duas amigas é consagrada a mãe divina, isso pra mim já diz muita coisa, pois nunca vi nenhum terapeuta dizer que seu trabalho é consagrado a algo. Irei consagrar o meu aos caboclos, aprendi a lição. Talvez por estar percorrendo pelo corpo quatro mãos em vez de duas, a razão sofreu um delicioso impacto onde, uma hora eu achava que era quatro mãos, em outro momento duas e em outro uma imensa mão gigante que me jogava nos braços de Deus, pois energeticamente eu sentia as melhores vibrações, carinho e cuidado que o grande espírito me proporcionava, através daqueles toques. Tudo isso acompanhado por uma trilha sonora maravilhosa e foi ai que fui energizado de uma maneira que quando terminou a sessão, me deu a sensação que eu tinha passado uma semana na floresta, pois a limpeza, clareza nos pensamentos, era magnífica. E o mais legal era perceber os óleos que tinha penetrado em meu corpo, agindo durante dias.

Bom, eu acho que eu merecia, assim como acho que muitos merecem se dar a esse luxo, já que está chegando o final do ano, para quem tanto trabalhou, merece, uma hora e meia de cuidados especiais, e no caso, indico o trabalho dessas duas amigas, porque vale muito a pena. 
Silvia Oliveira e Ma Devi Murti amo vocês, beijos no coração e gratidão sempre!!!
Grande abraços a todos
Elves Do Juruá

Elves do Juruá

Ao lembrar da massagem que recebi, só penso no poema:


Mãos que abençoam
Que fazem o Bem
Mãos que trabalham
Que não detém
Mas que, amorosas,
Os fracos amparam
Mãos que rezam
Que sempre rezaram
Mãos que se elevam
Num gesto profundo
É dessas mãos
Que precisa o mundo!

Parabéns pelo trabalho maravilhoso!

Parabéns por serem quem são! 

Alice Alfaya

Receber o toque amoroso dessas duas mulheres fortes e doces

foi um presente divino.

Me senti totalmente acolhida, como se estivesse em casa, do começo ao fim. Abraços verdadeiros, conversas inspiradoras, uma massagem divino-cósmica-transcendental: absoluta sintonia.

Quando saí de lá, estava claro que algo mágico havia acontecido, e comecei a questionar se elas eram desse mundo, se não eram fadas, ou deusas (ou uma só deusa de 4 braços). Não demorou para concluir todos nós, seres humanos, somos deuses, que a mágica que tinha acontecido era simplesmente

o amor. 

O amor que elas derramaram sobre mim, despertou o amor que há em mim. Gratidão profunda e infinita a vocês 

Lilian Scutti

Deusas...mulheres...mães de amor...

 

Quero expressar minha gratidão pela experiência que me proporcionaram com a massagem abyanga a quatro mãos.

A beleza dos movimentos das mãos sincronizadas com a música...

era uma dança em forma de toque...

O carinho, a delicadeza e a intenção de cura...

era uma oração em forma de toque...

O sentir-se cuidada, zelada, respeitada...

Em cada pedaçinho do meu ser uma semente de amor plantada...

senti-me renascida.

Senti que o corpo é terra sagrada!

Cada movimento de fluidez das mãos...

soltando e fluindo as emoções presas, densas, confusas...

dissipando receios...entregue!

Senti-me benzida, abençoada e agraciada pelo amor de vocês!

Gratidão profunda!

Coração à coração!

Beijão no coração de vcs, flores amadas!

Lia Arruda

O dia que conheci as 7 dimensões do Corpo.

Falar da seriedade e do respeito com que as amadas Ma Devi Murti e Silvia Oliveira desenvolvem no seu trabalho com Ayurveda é redundante, tenho o privilégio de acompanhá-las em suas peregrinações "espirituais", em suas buscas e vivências tantas,da entrega e seriedade do estudo e das pesquisas reais e verdadeiras, e nesse convívio poder interagir e vivenciar juntos o fim da pseudo-busca conceitual e entrar na dimensão existencial do viver. E fiquei super feliz por vê-las neste caminhar propondo a cura pela ciência tão especial do oriente. E agora fui abençoado com uma sessão de massagem ayurvédica em um momento tão preciso de tanta precisão do toque amoroso do corpo tão judiado pelas viagens e artes do caminhar destes últimos 3 meses. E me proponho a dar o testemunho, um depoimento sincero do que foi esta sessão de medicina pura.

 

 

O ambíente super integrado com a proposta do trabalho, o cheiro, o Buda, Ganesha e tantas tântricas coisitas....

 

Uma maca super bem transada, mil toalhas super higienizadas, uma luz fina e tênue nos convidando ao mergulho, à morte consentida das enfermidades, o renascer previsto.

 

A trilha sonora, iniciando com Lex Van Somenen(BUDDHA) não poderia ter sido outra. E aí começa a sinfonia de 4 mãos plenas de amor e atenção, de zelo e ternura e força, 4 mãos de um mesmo ser, da mesma Deusa-mãe que cuida e acolhe e nutre. Já estamos agora no segundo corpo, pois o primeiro , o físico já tinha ido embora no primeiro abraço, na alegria do reencontro, e agora no corpo etéreo começa a viagem mágica do amor acolhimento, e nesta viagem fica uma vaga lembrança do físico, do pseudo -cansaço, do corpo-enfermo, agora entregue as Divas enfermeiras, cuidadoras, tele-transportadoras de dimensões corpóreas, e do segundo corpo etéreo, aonde as emoções se centralizam e no equiíbrio perfeito de todas as raras percepções orquestradas pela cadência de mãos tão harmoniosas e quentes e untadas pelos óleos essenciais se permite a conexão entre o terceiro corpo, o astral, deixando o físico ali , na plena observação e permitindo o vôo astral, a viagem astral rumo ao corpo mental, o quarto corpo, aonde as vibrações começam a fazer a ponte com o corpo espiritual , o quinto corpo, aonde o Ser começa a dançar nas vibrações emanadas pelo refinamento das ondas mentais intuídas pelas memórias do corpo físico que permanece ali naquela maca confortável, em um certo andar de um lugar ali pertinho da Magnífica Catedral da Sé, e neste intuir de repente adentrar no sexto corpo, como num mergulho em total entrega, adentrar o santuário sagrado do corpo cósmico, aonde se experiencia a totalidade do ser , do existir, e num carrosel de sensações, fazendo uma tour pelos seis corpos em escalas atemporais infinitas e eternas, e como por ondem da praticidade e do equlíbrio necessários, finaliza todo este trabalho de cura e acolhimento, e num relaxamento extra-corpóreo com o coração palpitante e quente e nutrido, voltamos ao nosso ser, agora com a certeza que neste vivenciar , que nesta entrega a este trabalho destas duas Devas, com o corpo e a alma massageados, acarinhados, conseguimos perceber a insinuação do sétimo corpo por vir, o nirvânico, que já é o estar de novo mergulhado no nosso tão cotidiano e desafiador dia-a-dia, cônscios do presente momento e da urgência do amor e da generosidade. Gratidão Amadas!

Damos Graças a Família tão Sagrada...

 

 ॐ Shanti Shanti Shanti  ॐ

S. Pathik J.

Renato Vicente

Fios de reflexão e inflexão sobre o que penso quando sinto

Sobre como tentar agradecer o toque revolucionário de

Ma Devi Murti e Silvia Oliveira

Alguns encontros nos fazem pensar sobre o que sentimos, mas também é necessário e possível compreender melhor aquilo que sentimos com as coisas que pensamos. Sentir e pensar são resultados dos nossos encontros. Isso acontece quando somos surpreendidos pela inexplicável força dos encontros. Encontrar é entrar em contato. Contato é tipo de toque? Tocar e ser tocado são movimentos que revelam, aprofundam e transformam nossa experiência sensível diante daquele que chamamos de Outro. O Eu, muitas vezes confuso com suas próprias ilusões, não percebe que também é um Outro. O Outro também é um Eu? Nós, crianças mamíferas desse planeta azul, somos filhos daqueles que também são nossos irmãos de espécie, de Terra e universo? Dizem que a pele é o maior órgão do corpo humano, entretanto esse tecido que se estende e nos cobre é muito mais do que um embrulho, -- é também uma fronteira entre o de dentro com o de fora?

Quando encontramos pessoas que entendem que o toque é um encontro, fica impossível negar a magia da transformação do verdadeiro contato. O pensamento que apresento é uma sutura de palavras que não exprime com rigor o profundo entrelaçamento das sensações e revelações que a amizade com Ma Devi Murti e Silvia me proporcionam, sob as bênçãos das linhas orientais de Kali e as asas ocidentais da tropical floresta cabocla das ervas de Janaína. É dessa forma caótica e coerente que consigo simbolizar aquilo que é objetivo: pensar o que sinto. Sempre gostei da expressão ''laço social'' para me referir àquilo que une as pessoas umas às outras, isto é, ao misterioso laço que mantem a proximidade entre indivíduos distintos que encontram semelhanças entre si e que, por isso, formam algo unificado. Outra expressão que considero muito bonita e simbólica é a de ''tecido social'', que serve como uma analogia muito interessante para pensar sobre a unidade social, cujas representações nos mantem unidos numa mesma instituição, como as famílias, as amizades, as tribos, as culturas ou o Estado.

 

Um tecido, materialmente falando, é composto de linhas distintas que se cruzam e formam algo novo, com nova utilidade e uma nova possibilidade. Somos cruzados pelas linhas das histórias daqueles que nos antecedem e somos atravessados pelas costuras feitas das escolhas que tomamos. Fazemos parte de uma composição maior do que a versão reduzida que vemos na ponta egoísta de uma agulha solitária. Os nossos laços sociais são parte dessa trama que, tecida sob a condução do tempo e das energias universais, envolve e abriga os nossos afetos. O esgarçamento do tecido social é resultado do afastamento das fibras que nos mantem unidos, ligados uns aos outros. Precisamos do afeto das relações uns com os outros, que nos cruza e que nos atravessa, para que nossa potência e força se manifestem na matéria e no espírito.

 

As palavras são precárias para pensar o sentimento e os sentidos da investigação e revelação que se trata o trabalho dessas minhas amigas. Isso esclarece o que aparentemente fica oculto para mim diante do cuidado que sinto das poderosas mãos e braços, sorriso e carinho que Ma Devi Murti e Silvia entregam em seu trabalho de troca e toque. O cuidado de desdobrar e desamassar, costurar e investigar é uma forma revolucionária de conexão. Tecer um tecido novo é fazer com que as fibras que nos compõem se toquem e formem novas tramas. Seda, linho ou lã. Podemos tecer adaptações que nos deem proteção e conforto, força e resistência, diante dos desafios das situações, das condições, do tempo e do espaço.

Tocar é entrar em contato. Ser tocado é entrar em contato. Não estamos separados, estamos unidos em um tecido invisível. Entrar em contato, como é realizado pelo trabalho de minhas lindas amigas, é conectar nossas forças mais profundas, é desamassar nossas dobras, é perceber e transformar nosso corpo e espírito em partes de algo muito maior. Nossos nós são compartilhados, nossas dúvidas não mancham o tecido: elas tingem nossas estampas! Não somos fixos na forma e somos somente definitivos em nossa capacidade de transformação. Somos tecidos continuamente nos acontecimentos e a nossa textura depende também daquilo assimilamos dos encontros. 

 

Aprendo que, em tempos de esgarçamento das esperanças, é necessário reforçar nossos laços. Precisamos entrar em contato. Isso depende também de tocar e ser tocado, encontrar nossa capacidade de sentir o que pensamos e pensar o que sentimos. O universo é grande e misterioso, muitas linhas existem, mas quais encontros têm entrelaçado nossos sentidos e quais tramas nosso pensamento tem elaborado? Às vezes para tecer outra trama, laços antigos precisam ser desatados.É com esse trabalho de tear as energias invisíveis, que se materializam no corpo e no mundo, que minhas revolucionárias amigas tecelãs me revelam: sentir é outro jeito de pensar. É um toque profundo que afirma: atravessar as fronteiras de dentro com o fora é mobilizar as linhas que se emaranham e formam novos sentidos e novas matérias. 

Renato Vicente

Eu estava bem doente quando fui aconselhada por minha amiga a procurar “duas bruxinhas muito lindas” para uma sessão de massagem.

Não podia imaginar de que forma sessões de massagens feitas por bruxas, por mais lindas que elas fossem, pudessem surtir algum efeito no meu caso. Eu estava bastante fraca, cansada e com muito medo de voltar a dormir em hospitais. Mesmo sem convicção, decidi aceitar o conselho.

Foi aí que conheci Ma Devi e Sílvia... As reticências são para expressar a imensa dificuldade de traduzir em palavras tudo o que penso e sinto por essas criaturas extraordinárias que me ajudaram a encontrar o caminho de volta.

 

Eu havia me perdido de mim mesma.

Foram três meses de orientações, sessões de massagens e mudança alimentar. Para me ajudar com a dieta, me indicaram a Calu, outra pessoa linda que não cabe em adjetivos.

 

As massagens que eu imaginava apenas de efeito relaxante foram muito além disso. Durante as sessões, percorri caminhos de mim mesma e senti a expansão de minha consciência. Um reencontro maravilhoso e curativo. Sou grata e serei eternamente pelo conhecimento que adquiri, pelo apoio, acolhimento e por todo amor que recebi.

Os aromas do borrifador, o óleo quente penetrando em minha pele, o som do orin, o toque amoroso e profundo de quatro mãos em sincronismo perfeito guardarei para sempre na memória do corpo e no espírito.

Queria que o mundo inteiro conhecesse o trabalho incrível que vocês realizam.

Que todos tivessem o privilégio que eu tive de vivenciar essa transformação, de estar com as duas e de ouvir Ma Devi dizer: “Canta pra subir”!

Eu cantei. E não é que subiu?!

Sou grata, sou grata, sou grata.

Fernanda Printes

Joyce Bitencourt

Hoje venho falar um pouquinho desses dois anjos que cruzaram meu caminho.
Em novembro de 2016, eu fui diagnosticada com uma ANEMIA AUTOIMUNE. Dei entrada no HC em estado grave, com 6 de hemácias (o normal para uma mulher é ter 12 de hemácias). Dei início ao tratamento médico, comecei tomando 60 mg de corticoide e, caso o organismo não reagisse, seria necessário a retirada do meu baço. Na verdade, isso não me importava muito, visto que já estava tão de "saco cheio" da vida que, naquele momento, tanto fazia viver ou morrer. 


Agendei uma massagem ayurvédica com as meninas sem muitas expectativas e, chegando lá, fui recebida com um amor que nunca havia recebido na vida. Cuidaram de mim com todo carinho do mundo, leram uma passagem de um livro que falava sobre anemia e doenças autoimunes. Nesse momento chorei muito, porque o livro relatava exatamente sobre a falta de vontade de viver que eu tinha e ninguém entendia, todos diziam que era bonita, cheia de vida, viajava o Brasil todo a trabalho, ninguém entendia porque me sentia daquele jeito.


Fiz a massagem e passei a seguir o tratamento à risca!

Tomei todos os fitoterápicos, tirei vários alimentos nocivos da minha dieta, adicionei temperos, receitinhas, comecei a meditar, massagear o corpo com os óleos....Enfim, segui exatamente tudo o que me passaram. E como num passe de mágica, minha vontade de viver começou a voltar, comecei a enxergar beleza nas pequenas coisas da vida, comecei a ser grata só pelo fato de acordar viva!
Minha evolução foi incrível, os médicos deram início ao desmame do corticoide de 10 em 10 mg e sempre me alertavam que, com essas retiradas, a doença poderia voltar e que isso seria normal, porém isso nunca aconteceu, quanto mais eles retiravam, mais eu melhorava. Um dia, perguntei para o médico quantos por cento de chance teria de não tomar o corticoide para o resto da vida e ele me respondeu 1%, mas que ficasse tranquila que chegaria a uma dosagem de 5 mg e isso não afetaria muito minha saúde. Mas sempre tive a certeza que não seria refém desse medicamento para sempre. Os médicos também diziam que iria engordar muito e ficaria com o corpo cheio de estrias. Isso para uma mulher vaidosa é uma facada no peito, mas graças à dieta, massagens e óleos, isso não aconteceu, muito pelo contrário, até emagreci. Só o rosto que ficou inchado, com um pouco de acne devido à medicação, mas consegui tirar de letra.
Em julho de 2017, os médicos fizeram a retirada total do corticoide e, em fevereiro de 2018, recebi alta, totalmente curada! Isso mesmo, me curei de uma doença autoimune, que em tese não tem cura.
Demorei pra fazer esse depoimento por conta da correria do dia a dia, mas não poderia deixar de dizer o quanto a Silvia e a Ma Devi são importantes na minha vida! Elas me devolveram a vida, a vontade de viver! Elas me encheram de amor! Me ensinaram a amar! Me mostraram que a cura é possível! Tudo mudou bruscamente, a área pessoal, profissional, espiritual. E mudou para muito melhor!! Eternamente grata a tudo que fizeram por mim, a todo o amor que me deram e continuam me dando. Enfim... isso é muito pouco, não consigo expressar em palavras! Amo vocês!! ❤

Naquele dia,

o que ficou para sempre foi a sensação de libertar minhas asas novamente. Era época de meu aniversário - um quarto de século tão desejado, um renascimento para uma Renata.

Eu havia parido há dez meses.

Estava cuidando há dezenove meses e precisava de muito cuidado - e o recebi.

Em um puerpério prolongado, o qual sinto haver sido grandemente curado naquele dia.

 

Foi a primeira vez que deixei meu bebê em casa, com o pai, durante cinco horas, para cuidar de mim. Foi a primeira vez em dezenove meses que eu cuidava exclusivamente de mim. Ou melhor, era cuidada. Não para recarregar energias e voltar ao bebê. Para mim, para meu ser, minha alma. Foi a primeira vez em que me dei o direito - e o recebi. No início, uma conversa. Elas sempre sabem como colocar uma mulher pra cima. E dar toques certeiros - auspiciosos. Sempre a sensação de sair de lá mil vezes melhor do que entrei. Um templo de cura, de paz, de amor, de acolhimento, de colo, de força, de vida, de anarquia. O que ficou foi a memória do corpo. As quatro mãos passando pelo corpo e movendo, movimentando, transformando, limpando. Como uma dança, um pas de deux sincrônico. Eu sentia e via internamente as linhas que formavam desenhos energéticos e coloridos a partir dos movimentos delas. Lembro que estava muito frio lá fora, pois era inverno, e eu achava que iria morrer de frio durante a massagem, sem roupas, só com algo de toalhas em algumas partes do corpo. Eis que uma fênix renasceu das cinzas no inverno de meu aniversário. As pedras e a bolsa de água quente próxima ao meu útero em pouco tempo aqueceram meu corpo inteiro. Senti muito calor o tempo todo - não insuportável, mas intenso mesmo, e desejável. Estava aquecendo e despertando minha serpente que dormira todos estes meses, enclausurada, decantada, e que agora estava viva novamente, forte, real, vermelha. A liberação de minhas asas, libertando minha pomba-gira, renovando a energia da gira em mim. Girando e girando em espirais duplas na altura da minha escápula, de cor cinza, de penas de ave, de mulher-pomba que nunca havia deixado de ser. E até hoje, quando preciso fazer uma limpeza energética, é nas asas de cima e nas asas de baixo que estalo os meus dedos até liquidar os decantados. Quando parecia que já se havia feito o principal, pois as costas são algo grande no nosso corpo, veio a vez de um pedacinho particular chamado: rosto. E dentro dele, um menorzinho e infinito chamado: bindu - ou terceiro olho. Uma massagem suave, um carinho dançado na testa, desenhado, em duas mãos simétricas enquanto outras duas estavam sabe-se lá onde. E as imagens vieram, e minha testa agora era metade azul escura, metade branca; metade lua cheia, metade lua nova; um olho aberto e um olho fechado - mesmo que os dois estivessem cerrados em si. E os olhos e a testa de Shiva acoplados à minha testa, dançando o Universo em espirais, sob o fundo azul escuro e o bindu flamejante. Minha vida voltou à vida após esse dia. Eu voltei a mim. A fé retornou ao seu lar e a serpente, a Deusa, a mulher-pássaro, a dançarina, Kali Ma Devi retornaram ao corpo daquela que se acostumara - sem muita alegria - ao posto de mãe, de terra, de choro, de colo, de lago, de poeira decantada e lama chuvosa. Naquele dia, ao reencontrar outra parte de mim, me recordei de que eu era muitas. E pude ir acordando outras eus ao longo dos próximos meses: eu amor Primavera, eu guerreira Verão, eu chuvosa Outono novamente, mas em outro giro da espiral. E a vida segue com seus platôs que sobem, e este dia foi um grande marco que me levantou do mar-asmo do choro eterno e colocou meu corpo de volta na dança da vida - ainda que suba e desça nas suas marés. Estas duas bruxas me fizeram relembrar da bruxa que há em mim, ressuscitando meu pós-parto de dez meses - e hoje, dez meses depois, é que escrevo, com saudades de seus dedos-pincéis-tochas, com a lembrança viva das mãos, danças, corpos, desenhos, calores e amores, e a certeza de que elas são servas da vida e da morte, daquilo que vai e daquilo que renasce, em conexão com a intuição divina que age no encontro com cada Ser em cada eterno Agora.

 

Gratidão!

Renata Gonçalves Bernardes

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